O ser parte da família cristã pode até mesmo levar a divisões em outras relações, como, por exemplo, entre parentes, amigos, colegas... A rejeição pode ser uma realidade na vida de uma pessoa que tomar uma decisão final por Cristo.
Jesus experimentou afastamento de sua própria família durante seu ministério terreno, quando declarou lealdade suprema a Deus Pai. Agora, a família de Deus é formada pelos discípulos que abriram mão daqueles vínculos naturais para uma lealdade absoluta a Cristo.
Os discípulos de Jesus também deixaram casas, redes, família para seguir a Jesus. Pedro e outros discípulos deixaram tudo para segui-lo, e receberam a promessa de Jesus de que aqueles que deixaram tudo receberiam, neste tempo presente, cem vezes mais de tudo o que deixaram com perseguições, mas na eternidade, vida eterna.
No entanto, o que devemos deixar para permanecer na família de Deus? A resposta é simples: todos aqueles laços que se mostram potencialmente conflitantes com os deveres espirituais propostos por Deus. Ou seja, Jesus nos ensina a recusar a imposição dos limites pelos laços com pessoas, quando esses laços fazem pressão para que deixemos a missão que o Pai nos deu, quando esses laços nos puxam para longe de uma vida devocional, quando esses laços arrancam de nosso interior as sementes plantadas pelo Senhor.
A família natural tem grande importância nos propósitos de Deus, porém não pode ser a mais alta prioridade do cristão. Há um chamado superior, o chamado para o discipulado. Jesus ensinou que o compromisso com a verdade pode resultar em decisões radicais, quando devemos pôr em primeiro lugar o Senhor Jesus.
Isso jamais pode significar negligência da responsabilidade com a família. Jesus ensina que, se o discipulado conflitar com as obrigações familiares de um cristão, então se deve buscar em primeiro lugar o reino de Deus e a sua justiça.
Por isso, toda a nossa vida deve ser dirigida pelos ensinos de Jesus Cristo, de modo que sejamos encontrados aprovados pelo Senhor. Fomos chamados para sermos discípulos de Jesus, e para tal discipulado é necessário estar convicto de que nada nesta existência pode ser mais importante do que crescer na graça e no conhecimento do nosso amado Jesus Cristo.
Assim, o conceito de família cristã é unidade real, numa dinâmica espiritual entre Jesus e aqueles que aceitaram uma das condições do verdadeiro discipulado: “Se alguém vem a mim, e não aborrece a seu pai, mãe, e mulher, e filhos, e irmãos, e irmãs, e ainda a própria vida, não pode ser meu discípulo”(Lc 14.26).