A PONTA DA CORDA
Diz certa estória que em uma tribo indígena igual a muitas outras, os índios que a compunham apresentavam dons e habilidades pessoais nas diversas áreas. Uns destacavam-se na área da musicalidade, outros no domínio de armas (pontaria), outros em dominar as alturas das árvores, outros nos rituais de danças e cultos e alguns também no domínio da água.
Como era de se esperar em circunstâncias e comemorações especiais as habilidades e os dons dessas pessoas eram usados para o bem da coletividade, e todos se beneficiavam ora de uns ora de outros em sua especialidade.
Diz-nos essa lenda que certo dia um dos indiozinhos atreveu-se um pouco mais nas águas de um caudolento rio que margeava a aldeia e por não ter ainda capacidade de dominá-lo a correnteza começou arrastá-lo em direção a uma enorme cachoeira que fatalmente tirar-lhe-ia a vida caso ninguém o resgatasse.
Os coleguinhas do indiozinho ao ver o desespero do amiguinho correram desesperados gritando por socorro tribo adentro; logo que os pais ouviram a gritaria puseram a procurar pelo “homem das águas” da tribo. Todos queriam e precisavam da habilidade especial que esse índio tinha em relação ao domínio das águas, pois ele era um exímio nadador.
Logo que o encontrou ele dirigiu-se rapidamente para as margens do rio, lá chegando, após avaliação concluiu que não poderia resgatar o menino de corpo livre, avaliou que mesmo com toda a sua destreza necessitaria de uma corda amarrada em sua cintura para o retorno após de alcançar a criança.
E assim foi feito, depois de ter a corda amarrada em sua cintura atirou-se ao rio e logo todos puderam contemplar as habilidades do “homem das águas”, pois seu corpo deslizava na água rapidamente ao encontro do indiozinho desesperado.
Depois de muitas braçadas do nadador sob expectativa e olhares tensos de todos os integrantes da tribo finalmente o indiozinho foi alcançado, provocando grande comemoração, júbilo e festas por todos que intercediam às margens do rio.
Já tendo o indiozinho firme em seus braços e exausto pelo grande esforço empreendido, gritou para que a corda que o prendia pela cintura fosse puxada, pois como ele prevera antes, suas forças já haviam se exaurido no esforço para alcançar a criança naufragada.
De repente houve um silêncio total na tribo, pois ninguém sabia onde estava a outra ponta da corda, e o corre-corre foi geral, e por mais que o “homem das águas” gritava nada acontecia, pois na emoção dos acontecimentos a ponta da corda foi esquecida e a força das águas a levaram vindo o pior a acontecer, pois apesar de toda a destreza e habilidade do “homem das águas”, a força da água, o peso adicional da criança e o cansaço o venceram, levando assim perda de duas vidas na temida cachoeira do rio.
E aí, tens cuidado da ponta de sua corda? Da ponta da corda de seus familiares, amigos, companheiros de trabalho e dos membros da sua comunidade?
Para a nossa reflexão...
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Onde foi parar o tempo que GANHAMOS?
Marcelo Canellas
Havia mais terrenos baldios. E menos canais de televisão.
E mais cachorros vadios. E menos carros na rua.
Havia carroças na rua. E carroceiros fazendo o pregão dos legumes.
E mascates batendo de porta em porta.
E mendigos pedindo pão velho. Por que os mendigos não pedem mais pão velho?
A Velha do Saco assustava as crianças. O saco era de estopa.
Não havia sacos plásticos, levávamos sacolas de palha para o supermercado.
E cascos vazios para trocar por garrafas cheias.
Refrigerante era caro. Só tomávamos no fim de semana.
As latas de cerveja eram de lata mesmo, não eram de alumínio.
Leite vinha num saco. Ou então o leiteiro entregava em casa, em garrafas de vidro.
Cozinhava-se com banha de porco. Toda dona-de-casa tinha uma lata de banha debaixo da pia.
O barbeador era de metal, e a lâmina era trocada de vez em quando. Mas só a lâmina.
As camas tinham suporte para mosquiteiro.
As casas tinham quintais. Os quintais tinham sempre uma laranjeira,ou uma pareira, ou uma mangueira.
Comíamos fruta no pé.
Minha vó tinha fogão a lenha. E compotas caseiras abarrotando a despensa.
E chimia de abóbora, e uvada, e pão de casa.
Meu pai tinha um amigo que fumava palheiro.
Era comum fumar palheiro na cidade; tinha-se mais tempo para picar fumo.
Fumo vinha em rolo e cheirava bem.
O café passava pelo coador de pano. As ruas cheiravam a café.
As lojas de discos vendiam long plays e fitas K7.
Supimpa era ter um três-em-um: toca-disco, toca-fita e rádio AM (não havia FM).
Dizia-se 'supimpa', que significa 'bacana'. Pois é, dizia-se 'bacana', saca?
Os telefones tinham disco. Discava-se para alguém. Depois, punha-se o aparelho no gancho.
Telefone tinha gancho. E fio.
Se o seu filho estivesse no quarto dele e você no seu escritório, você dava um berro pra chamar o guri, em vez de mandar um e-mail ou um recado pelo MSN.
Estou falando de outro milênio, é verdade.
Mas o século passado foi ontem! Isso tudo acontecia há apenas 20 ou 25 anos, não
mais do que o espaço de uma geração.
A vida ficou muito melhor.
Tudo era mais demorado, mais difícil, mais trabalhoso.
Então por que engolimos o almoço? Então por que estamos sempre atrasados?
Então por que ninguém mais bota cadeiras na calçada?
Alguém pode me explicar onde foi parar o tempo que ganhamos?
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Sonia Jordão
Imagine a seguinte situação: duas pessoas agendam uma reunião de negócios. Contudo, uma delas falta ao compromisso sem nem ao menos remarcá-lo ou explicar-se com o outro. Este, por sua vez, fica extremamente irritado com a falta de compromisso do “faltoso”. O que acontece? Aquele que não cumpriu com o compromisso assumido fica desacreditado perante o outro e sua imagem fica eternamente manchada. O compromisso pode ser ir a um cinema ou simplesmente uma visita.
Quando assumimos um compromisso, principalmente aqueles com hora marcada, devemos fazer de tudo para honrá-lo. Caso isso não seja possível, o melhor é entrar em contato com o outro, antecipadamente, e marcar um novo horário. Remarcar um compromisso não é um grande problema. Agora, faltá-lo sem nem ao menos avisar é uma total falta de respeito com a outra pessoa. Afinal, a pessoa deixou de fazer outras atividades para estar presente ao encontro, ela reservou uma parte de seu tempo para isso e, com a ausência do outro, com a não realização do encontro, perdeu minutos e/ou horas preciosas de seu tempo.
Além dessa situação existem outras que são comuns de acontecer:
As razões mais comuns para que as pessoas não cumpram com os seus compromissos, sejam eles de qual espécie for, são:
Tenha uma certeza: a falta de compromisso, na grande maioria das vezes, é empecilho para novas conquistas, causando a perda de oportunidades. Antes de assumir compromissos, pense a respeito e reflita se possui condições de realizá-los. Se perceber que não será possível executá-los, não os assuma. Caso tenha se encarregado de algo e depois percebeu que não será possível honrá-lo, dê satisfação aos envolvidos, procure agendar novamente o compromisso ou estabelecer um novo prazo para realizá-lo. Afinal, o que está em jogo é a sua palavra, a sua honra. E saiba que honrar com os compromissos assumidos também é ser ético. O contrário, é falta de respeito, é desrespeito com o direito do outro.
"Carlos e Cris"