umcebbrasil
umcebbrasil
umcebbrasil Na viagem que fiz ao norte do Brasil como Chefe de Máquinas do Navio Faroleiro Almirante Graça Aranha, apesar de que engenheiros na Marinha do Brasil não servem a bordo, tivemos problemas com a caldeira que supre vapor para a cozinha e grupo destilatório, quando atracamos em Fortaleza.
O cabo responsável avisou-me que um pequeno eixo da bomba de combustível havia partido e que seria necessário contatar o representante no Rio de Janeiro. Ciente da importância do equipamento e da dificuldade que isso representava, imediatamente chamei os dois torneiros de bordo e determinei que executassem uma réplica rigorosamente idêntica do eixo a fim de evitarmos problemas de vazamento.
Os dois torneiros logo reconheceram o grande desafio que representava tal empreitada e tentaram convencer-me da impossibilidade de se realizar tal trabalho por bordo. Contudo, já não tão jovem e com alguma experiência de vida, fiz ver a eles que só poderia recorrer ao nosso comando no Rio depois de esgotados todos os recursos disponíveis. A maior dificuldade na execução do serviço era fazer com que dois furos de diferentes diâmetros, e com ângulo de noventa graus entre eles, se encontrassem no centro do eixo. Como bons militares que eram venceram o desafio usando um artifício.
Pronto o eixo, passaram ao caldeira que iniciou a montagem.
Após algum tempo, desci à Praça de Máquinas para ver como ia o serviço encontrando um dos torneiros a acompanhar a faina; disse-lhe:
- Jurandir pode baixar terra, seu serviço terminou, Fortaleza lhe espera; ao que me respondeu:
- De jeito nenhum, tenente; quero ver como ficou o nosso serviço.
Tão excelente ficou a obra que, sendo eu o responsável pela manutenção dos navios da Sinalização Náutica, não mais tive notícia de problemas neste eixo, mesmo depois de haver desembarcado .
Foi com essa brava gente que cheguei a bom termo em nossa viagem de dois meses e meio pela costa brasileira.
UMCEB - 2010 - Todos os direitos reservados - Desenvolvimento AMAGEN Agência Interativa